A Pediatria Integrativa e quando tudo começou

As Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas são promovidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde o início deste século. O objetivo é oferecer um tratamento integral centrado no paciente, com o cuidado de humanizar o atendimento e levar em conta o indivíduo como um todo, incluindo os diversos elementos do estilo de vida e saúde da família.

Desde 2006, o Brasil possui legislação específica que permite o uso de práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde, sendo reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) como um dos países que reconhecem, protegem e promovem estudos sobre medicina integrativa.

A UNIDADE DE PEDIATRIA INTEGRATIVA (UPI) do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr/HCFMUSP) é PIONEIRA NA IMPLEMENTAÇÃO DA PEDIATRIA INTEGRATIVA NO BRASIL através de uma equipe multiprofissional, inicialmente no campo da oncologia pediátrica no Hospital ITACI, avançando para outras especialidades pediátricas como nefrologia, neonatologia, cardiologia, gastroenterologia, otorrinolaringologia, medicina intensiva, dor e cuidados paliativos. (fonte: pedintegrativa.com.br)

Essa relação com a Pediatria Integrativa começou quando ainda era aluna estagiária do curso de acupuntura, em São Paulo.

Nessa ocasião, recebíamos algumas poucas crianças para atendimento e me despertou o fato de que o mesmo atendimento oferecido aos adultos, não era tão exitoso no caso das crianças e eu, que já era Pedagoga e apaixonada por crianças, percebi que isso se devia, primeiro, ao fato dos profissionais não serem habilitados para acupuntura pediátrica, faltando outros recursos e conhecimentos para substituir técnicas que as crianças rejeitavam; segundo, não terem conhecimento do desenvolvimento e fases da criança, tanto do ponto de vista da Medicina Chinesa, quanto nos aspectos psicopedagógicos e; terceiro, o ambiente não era adequado.

Desde então, venho me dedicando e desenvolvendo novas técnicas e abordagens para aprimorar e qualificar a Medicina Chinesa e as Terapias Integrativas para o atendimento pediátrico.

Foram diversos cursos, estudos aprofundados, pesquisas, participação em Simpósios, Congressos que foram dando corpo ao projeto Marina Martinho Terapias Pediatria Integrativa.

Esse empenho todo rendeu algumas publicações e reconhecimento do meu trabalho:

Participação do 1º Simpósio de Medicina Integrativa em Pediatria da Unifesp, no GRAACC

Participação do Curso de TDAH: Transtorno do Déficit de atenção e Hiperatividade, no Instituto Jô Clemente (APAE).

Participação no Pediatric Acupuncture International Panel, com Julian Scott, Robin Ray Green, Dr. David Miller, Dr. Elisa Rossi & Rebecca Avern

Participação do Workshop “A Descoberta do brincar e Contar de Histórias na Saúde Mental”, Escola de Enfermagem da USP

Participação no Curso “Atualização e Desafios da Pediatria e Neonatologia, Secad

Palestrante do Simpósio de Medicina Chinesa da Mais Oriental, São Paulo, SP

Publicação do artigo “Diversidade de recursos terapêuticos para atendimento pediátrico na Medicina Chinesa – Dermatite atópica infantil”, Revista Brasileira de Medicina Chinesa, nº 24

Palestrante do Simpósio da Liga Acadêmica de MTC, Centro Brasileiro de Acupuntura Clínica e Medicina Chinesa, Rio das Ostras, RJ

Participação do Ciclo de Estudos sobre Pediatria Integrativa, ICr – Instituto da Criança e do Adolescente, no HFMUSP.

Participação do 1º Congresso Mundial de Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa, Cascais, Portugal – trabalho premiado e publicado.

Participação do 1º Simpósio Internacional de Pediatria Integrativa, UPI – Unidade de Pediatria Integrativa, ICr, USP, São Paulo, SP – trabalho selecionado e publicado.

Mas o que significa dizer “terapias integrativas”, “pediatria integrativa”?

O papel do terapeuta integrativo, do terapeuta integrativo pediátrico, é compor uma equipe de profissionais que sob comando médico trabalharão em conjunto, em prol de um único objetivo, que é proporcionar melhoria da qualidade de vida, melhoria da condição de vida que aquela criança se encontra, proporcionar condições de manutenção da saúde, colaborar com as equipes de saúde para restabelecimento da saúde da criança.

Cada um na sua área, em busca de um bem comum!

E o que um terapeuta integrativo pediátrico pode fazer para ajudar?

As Terapias Integrativas e as Medicinas Tradicionais podem atuar em qualquer caso, em qualquer condição de saúde, em qualquer doença: dores, doenças respiratórias, doenças neurológicas, doenças dermatológicas, oncologia, enfim, qualquer doença, ou simplesmente, colaborar para melhorar e manter a saúde das crianças.

As Terapias e a Pediatria Integrativas serão melhores que a Medicina convencional?

Não!

Não se trata de Medicinas opostas e sim, de medicinas integradas.

Lá pelos anos 60, quando surgiram as terapias tradicionais e não eram bem conhecidas e não havia estudos comprovando sua eficácia, eram consideradas alternativas.

As pessoas “optavam” pelo tratamento convencional ou pelo tratamento natural.

Era um negócio meio radical, “coisa de hippie”.

Mais adiante, quando já tinham sido um pouco mais difundidas e as crendices e misticismo puderam ser separados do conhecimento científico comprovado, as terapias passaram a ser chamadas de complementares.

Hoje, com o avanço dos estudos e novas descobertas, as terapias tradicionais, foram introduzidas e oferecidas e aceitas por grande parte da população e fazem parte de um sistema integrado de saúde.

Assim, não são tratamentos alternativos, uma vez que a pessoa não deve abrir mão do conhecimento e da tecnologia da Medicina convencional, nem tampouco são tratamentos complementares, porque nenhum outro tratamento é incompleto dentro do seu sistema, restando ser Integrativo, porque possui sistema de diagnóstico e tratamento próprios, porque utiliza de abordagens diferentes, porque tem uma visão holística do paciente e porque tem seu foco na pessoa e não na doença e pode contribuir imensamente com a saúde física, emocional e mental das nossas crianças.

Quando procurar um atendimento de Terapias e Pediatria Integrativa?

Bem, isso é uma decisão que deve ser tomada de comum acordo entre os pais, porque é um processo que vai exigir dedicação, mudança de alguns hábitos e em alguns casos, persistência.

Mas o que eu posso adiantar é que é um processo sem volta, que vai proporcionar imensa satisfação porque vai muito além dos resultados nas questão de saúde.

É um legado, uma herança que você deixa para seus filhos.

Vou deixar aqui para vocês o depoimento de uma mãe, a primeira mãe que eu atendi e que é a grande inspiração e motivação que nunca me fez desistir da Pediatria Integrativa. Prepara o lencinho ...

“Minha pequena Y., como alguns sabem, desenvolveu por volta dos três anos, uma Dermatite Atópica.

É uma doença de pele crônica com sintomas como coceira e erupções, podendo gerar graves inflamações.

Estou incluindo o link para quem queira saber mais a respeito. http://drauziovarella.com.br/drauzio/dermatite-atopica-2/

Nas fotos* é possível ver o grau a que chegou o problema.

Não é uma doença grave, mas isso afetava diretamente a todos que conviviam com ela. Dormir era um martírio, com noites inteiras acordando para tentar conter a coceira. De manhã, TODAS AS MANHÃS, ela acordava com os dedos sujos de sangue, assim como os lençóis, o pijama, o corpo todo sangrando. Tentávamos de tudo para cessar a angústia em vê-la com tantas feridas em carne viva pelo corpo, foram muitas idas ao Dermatologista que dizia sempre que era algo que não havia cura, apenas o tratamento da inflamação na pele por conta das erupções, testes de contato, antibiótico, cremes, pomadas... MUITA POMADA... Honestamente eu já não aguentava mais ouvir falar em pomada. E tinha a escolinha, onde ela era tratada pelo alunos como uma menina que ia passar uma doença, chegou a me dizer que podia morrer porque os amigos diziam a ela que era feia por causa das feridas. Pensa numa dor ouvir isso! Além dos palpites e julgamentos e cremes e melecas que as pessoas insistiam em passar nela mesmo sendo orientadas de que isso poderia agravar o caso. EU NÃO VIA SAÍDA!

Me sentia uma porcaria de mãe por não conseguir mudar isso.

Mas aí....eu encontrei.... DEUS! Eu orei tanto...taaaaaanto... pedia a Deus que tirasse essa tortura da minha filha e de todos nós...E realmente eu tinha Fé de que Deus poderia mudar tudo... Que Deus me mostrasse um caminho... ELE MOSTROU!

Meu pai L. L. que fazia tratamento com acupuntura, nos levou com ele, com a certeza de que lá conseguiríamos melhorar o quadro. Ele estava certo! Fizeram tratamento com cromoterapia, massagem com gua shá e diversas outras técnicas incluindo a acupuntura com agulhas (o tanto quanto ela permitiu..rs)..Quero aproveitar a postagem para agradecer o imenso carinho com que fomos tratados por todos, em especial à Marina Martinho tão querida pela Y. e por mim, vou levá-los em meu coração. Muito obrigada! Enfim, as fotos são para mostrar o quanto a Fé é poderosa, o quanto Deus trabalha e às vezes a gente nem se dá conta. A Y. hoje não tem mais nenhuma, NENHUMA feridinha sequer, ela tem uma pele linda e macia! Dormimos em paz sabendo que não vamos acordar com sangue nos lençóis. Nada de cremes, nem antibióticos, nem pomadas arrghhh!

Eu não tenho nenhuma, NENHUMA dúvida de que minhas orações foram ouvidas... Deus colocou as pessoas certas para mostrar um caminho... as pessoas dispostas e capacitadas para ajudar... tirou do caminho as situações que contribuíam para que ela piorasse ...ELE fez tudo na perfeição que eu jamais seria capaz sozinha. Na minha promessa com Deus, eu jurei que o dia em que minha filha estivesse curada, eu seria mais uma voz a contar a vitória da Fé.

AQUI ESTOU EU. Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo, pois tu és aquele a quem eu louvo. Jeremias 17:14 Toda a Honra e Glória ao Senhor!”

 

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